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Em razão dos novos hábitos, doenças que antes se manifestavam na vida adulta passaram a ser comuns entre as crianças e podem estar ligadas à ausência do contato com a natureza.

 

Crianças que moram nos grandes centros urbanos passam 90% do tempo em locais fechados, dentro de casa, em frente à televisão ou do smartphone, jogando videogame, ou mesmo dentro das salas de aula nas escolas e quando saem com os pais, vão a lugares como shoppings, restaurantes e cinemas.

Em razão dos novos hábitos, doenças que antes se manifestavam na vida adulta passaram a ser comuns também entre as crianças, tais como depressão, pressão alta e diabetes, além dos já conhecidos transtornos de hiperatividade e déficit de atenção que podem estar diretamente ligadas à ausência do contato com o verde ou o chamado “déficit de natureza”.

 

 

Mas o que é exatamente esse tal de “déficit de natureza”?

O termo “transtorno de déficit de natureza” tem o objetivo de alertar os adultos sobre o estilo de vida contemporâneo que tem levado nossas crianças a crescer distantes do meio ambiente e de seus  processos de vida, gerando vários problemas físicos e mentais. 

Ele foi criado pelo escritor, ativista Richard Louv que é também um dos fundadores da  Children & Nature Network, “Rede Criança e Natureza” em tradução livre, uma organização sem fins lucrativos cuja missão é fomentar um movimento mundial para reconectar as crianças com a natureza.

A proposta de Louv é a de que “quanto mais tempo do nosso dia passarmos na companhia da tecnologia, mais tempo precisaremos passar na companhia da natureza”. Ou seja, é preciso equilibrar a balança entre o tempo que passamos enclausurados entre quatro paredes, conectados à internet e aos televisores, e o tempo que dedicamos às atividades ao ar livre, em contato direto com a natureza.

Apesar do transtorno de déficit de natureza não ser um diagnóstico médico, segundo Louv, podemos considerá-lo como uma doença das sociedades contemporâneas. Entre os prejuízos da falta de natureza estão um menor uso dos sentidos, dificuldades de atenção, índices elevados de doenças mentais, maior taxa de miopia, obesidade adulta e infantil, deficiência de vitamina D, entre outros.

Hoje, crianças e adultos que trabalham e estudam num mundo cada vez mais dominado pelo ambiente digital gastam grande energia bloqueando muitos dos sentidos humanos, inclusive alguns que nem sabemos que temos. Fazem isso para concentrar de forma estreita o foco na tela diante dos olhos. Essa é a definição exata de estar menos vivo. Qual pai quer que seus filhos estejam menos vivos? Quem dentre nós quer estar menos vivo? A questão aqui não é ser contra a tecnologia, que nos oferece muitos benefícios, mas encontrar um equilíbrio. Precisamos oferecer a nós e nossas crianças uma vida rica e um futuro rico em natureza”.

|Richard Louv, autor de “A Última Criança na Natureza”| 

É a partir de aprendizados cotidianos em meio a natureza que os pequenos aprendem a lidar com situações extremas e a superar os próprios limites, o que com certeza os tornará mais resilientes e capazes de lidar com as adversidades ao chegar na fase adulta.

 

 

 

Pais devem incentivar suas crianças a viverem ao ar livre


Acredite, muitos desses maus hábitos são, na maioria das vezes, influenciados pelos próprios pais, como explica Tanja Sobko, da Escola de Ciências Biológicas da Universidade de Hong Kong:

“Percebemos uma tendência em que os pais estão evitando a natureza. Eles a percebem como suja e perigosa – e seus filhos infelizmente captam essas atitudes. Além disso, as áreas verdes são frequentemente indesejáveis ​​com sinais como ‘evite a grama”

Por isso, é importante que os pais incentivem e criem mecanismos de reaproximação das crianças com o mundo exterior. Um exemplo bem legal é o projeto “Natureza em Família”, uma iniciativa do projeto “Criança e Natureza”, do Instituto Alana, que lançou um manual gratuito para que os pais possam organizar passeios e atividades em família em praças e parques.

“O objetivo do clube é fazer com que as pessoas sintam a importância do momento desse convívio com a natureza e extraiam dessa experiência tudo de positivo que ela pode trazer”, conta Laís Fleury, diretora do Instituto Alana no Rio de Janeiro.

 

 

 

Natureza como ferramenta lúdica e pedagógica pode combater esse mal


Muito se fala sobre tecnologia nas escolas e como ela tem sido uma aliada dos sistemas de ensino educacional de jovens e crianças. No entanto, o grande avanço da educação, e isso desde muito antes das inventividades tecnológicas, acredite, pode ter muito mais a ver com as hortas, pomares e jardins do que com tablets e computadores. Estudos sugerem que o contato com a natureza é um elemento fundamental para a habilidade de pensar e criar, tanto das nossas crianças como a nossa própria.

Levando em conta que a natureza pode e deve ser usada como ferramenta lúdica e pedagógica, o autor também sugere que, para cada R$1 gasto pelo sistema educacional em projetos ligados à tecnologia, como o acesso à internet, seja gasto no mínimo o mesmo valor em projetos voltados para a reconexão das crianças com a natureza.

Já para Gandhy Piorski, artista plástico que pesquisa as práticas da criança e a relação entre criança e natureza, esse contato é o fio condutor para que se sinta mais livre e conectada com sua essência criativa e inventiva: “Quando a imaginação da criança encontra a natureza, ela se potencializa e se torna imaginação criadora. A natureza tem a força necessária para despertar um campo simbólico criador na criança”.

Como anda a Vitamina N do seu filho?


Em seu livroVitamin N: The Essential Guide to a Nature-Rich Life”, em tradução livre: “Vitamina N: um guia essencial para uma vida mais rica em natureza”, o autor apresenta dicas simples e criativas para os pais estarem mais com as crianças ao ar livre, e assim criar uma ligação prazerosa e também duradoura com o mundo natural. Confira quais são elas:

#1. Ensine esperança
Um caminho para isso, é engajar as crianças nesse tema falando sobre iniciativas inovadoras e criativas, ensinando-as, por exemplo, sobre a importância de cuidar da qualidade da água e do ar.

#2. Fortaleça redes de segurança para ressignificar espaços
Brincar livremente fora de casa, na rua ou em parques e praças, é fundamental para que as crianças construam essa relação com a natureza e com ambientes mais naturais ao ar livre. Criar um ambiente seguro e acolhedor para as crianças é importante para que isso aconteça sem preocupações.

#3. Estimule seu filho a expandir seus perímetros
Tão natural quanto a luz do dia, é que as crianças também expandam seus limites geográficos conforme vão crescendo. E na visão do autor, é papel dos pais permitir que isso aconteça sem grilos (mas com segurança, é claro!).

 

 

 

Concluindo


Viver em contato com a natureza traz oportunidades para a criança cair e levantar, se machucar, se curar e também de correr riscos, desenvolvendo sua autonomia e uma vida mais ativa cheia de possibilidades para a criança se conhecer, gastar energia e usar o meio ambiente como ferramenta de desenvolvimento e transformação. São lições como essa que nós do Phitóss acreditamos e procuramos apoiar através do desenvolvimento do fitoterápico para uma saúde e cuidado natural de toda a família.

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