Do clássico ao rock, saiba como a música pode ser usada como instrumento de cura em diversas áreas da terapia de reabilitação e também como estímulo para o crescimento de vegetais.
Experimente colocar a música que mais gosta numa playlist personalizada ou invista na prática de algum instrumento para adquirir novas habilidades pessoais. Tão rápido você vai constatar que a música tem o poder de mexer com nosso estado de espírito – na reunião com os amigos, no trânsito parado, no banho ou durante o preparo de alguma refeição -, transformando até mesmo tarefas penosas ou os dias mais tediosos em momentos agradáveis e influenciando também a saúde do corpo.
Estudos da American Music Therapy Association (Associação Americana da Terapia Musical) – AMTA, dos Estados Unidos, e da World Federation of Music Therapy (Federação Mundial da Terapia Musical) – WFMT, que fica em Gênova, na Itália, constataram os efeitos que o som da boa música têm sobre nós.
A depender do ritmo escolhido, ela pode alternar nossa respiração ora mais calma ora mais ofegante, aumentar ou baixar os níveis da pressão sanguínea e tornar os batimentos cardíacos mais fortes ou mais leves.
E os efeitos musicais vão além, as melodias afetam diretamente o sistema límbico do cérebro, região responsável pelas mais variadas motivações, emoções e pela afetividade. O que, cientificamente, nenhuma outra atividade intelectual se mostrou capaz de ativar diferentes áreas do cérebro como quando estimuladas pelos ritmos musicais.
E não são os humanos os únicos a experimentar os benefícios da música para o seu desenvolvimento, viu? Você sabia que as plantas são igualmente afetadas pelos estímulos sonoros ao seu redor?
É isso mesmo! A música pode, inclusive, facilitar a abertura dos estômatos e tornar o oxigênio e outros nutrientes mais disponíveis para a sobrevivência das plantinhas.
Já deu pra perceber como a trilha sonora do dia a dia é realmente importante e merece ser pensada com cuidado, né? Seja como instrumento terapêutico para o tratamento dos males físicos e mentais, seja para tornar a vida dos vegetais mais abundante, a música tem mesmo o poder transformador. E você pode colher os frutos dele! Saiba como lendo nosso artigo até o final.
Musicoterapia: o poder musical usado como instrumento terapêutico
A Musicoterapia teve início no século XX, pós Segunda Guerra Mundial, quando músicos profissionais, e mesmo amadores, passaram a tocar voluntariamente instrumentos musicais em hospitais de diversos países da Europa e Estados Unidos.
Foi a partir de então, que médicos e enfermeiros constataram que soldados feridos apresentavam uma recuperação muito mais satisfatória quando em contato com as apresentações musicais filantrópicas realizadas nos leitos.
Por essa razão, a Musicoterapia é, hoje, definida como a utilização profissional da música e seus elementos para a intervenção em ambientes médicos, educacionais e do cotidiano de indivíduos, grupos ou comunidades, por meio de inúmeras abordagens.
Técnicas que envolvem a audição, a recriação de sons, improvisação, composição e o ato de tocar algum instrumento são desenvolvidas com objetivo terapêutico, levando em conta o histórico e as preferências de cada paciente.
Através dos sons, habilidades corporais, de raciocínio, memória e de percepção auditiva e/ou espacial podem ser desenvolvidas.
Dessa forma, a técnica interfere positivamente na qualidade de vida e na melhora de condições físicas, emocionais, sociais, intelectuais, cognitivas e espirituais dos pacientes, que passam a reconhecer e expressar suas emoções pela interação musical.
Benefícios da música para humanos
vem sendo adotada em clínicas, centros de reabilitação e hospitais para combater diversas doenças e quadros de ansiedade, depressão e insônia.
Entretanto, para que os benefícios da música sejam sentidos e tenham seus efeitos potencializados nessa experiência sensorial, é preciso mais que o simples ouvir…
… É preciso sentir.
Assim, quando a música começa a tocar, regiões responsáveis pelos sentimentos, pela atividade motora, de linguagem e memória são induzidas a interpretar os estímulos sonoros que penetram pelos ouvidos e passam a agir diretamente no cérebro, estimulando diferentes regiões, como nosso sistema límbico e a produção de endorfina – neurotransmissor produzido pelo corpo que proporciona sensação de prazer e bem estar.
A terapia musical pode ser empregada tanto para aprimorar os aprendizados na infância, estimulando crianças com algum distúrbio de desenvolvimento – autismo e Síndrome de Down – até mesmo em idosos saudáveis ou com doenças relacionadas ao envelhecimento, no caso do Alzheimer, e pacientes com lesões ou distúrbios neurológicos como AVC, doenças degenerativas do sistema nervoso e com mal de Parkinson; em portadores de deficiências física, intelectual ou sensorial; gestantes e bebês.
As aplicações terapêuticas da música com maior número de evidências científicas são:
Estresse: tons calmos e alegres aliviam a tensão da rotina e amenizam o nervosismo acumulado.
Autismo: brincar com instrumentos ajuda na interação social com outros indivíduos e a estabelecer laços mais fortes.
AVC: as letras e composições são usadas como táticas para reverter a dificuldade em encontrar as palavras para descrever coisas e se comunicar após um derrame.
Parkinson: percussões bem demarcadas ajudam no tremor e na marcha.
Hipertensão: o coração tende a acompanhar as batidas da música. Com o ritmo lento, a tendência é que a pressão abaixe e se regularize.
Aprendizado: canções e paródias são usadas por professores para ajudar os alunos a memorizar conteúdos.
E benefícios também para as plantinhas…
O grande benefício de investir numa boa playlist para ouvir enquanto cuida das plantas, está relacionado à contribuição que os ruídos sonoros da música oferecem aos estômatos.
São graças aos estômatos que a respiração celular pode acontecer, já que se tratam de células presentes na epiderme das plantas. São eles que possuem a função de realizar movimentos de abrir e fechar. É assim, por exemplo, que as plantas convertem o dióxido de carbono em oxigênio durante o processo de fotossíntese.
Estudos recentes indicam que os estômatos também realizam o mesmo movimento de abre e fecha conforme os estímulos externos, como a música tocada no ambiente onde a planta está.
Cada vibração gera diferentes efeitos sobre os estômatos, o que pode facilitar a entrada e absorção de oxigênio e outros nutrientes presentes no ar ou no solo indispensáveis à sobrevivência das planta.
Beethoven ou Metallica: Qual estilo musical é mais benéfico?
Na cultura ocidental, é comum que as batidas musicais mais rápidas e crescentes sejam consideradas alegres e empolgantes, enquanto o compasso lento traduz um estado de tristeza ou melancolia.
Ou seja, a forma como selecionamos o tipo de som depende muito da ocasião ou a contento do nosso humor.
É por isso que preferimos ritmos mais acelerados quando precisamos dar um gás na prática de esportes ou durante os exercícios na academia. Mas na hora da meditação ou leitura, ritmos mais calmos nos ajudam a relaxar ou manter a concentração.
Partindo dessa premissa, cientistas passaram a investigar qual estilo musical seria mais benéfico. E apesar da pesquisa indicar que músicas clássicas, como composições de Bach, Mozart e Vivaldi, fossem escolhas mais naturais, não existe uma regra ou constatação de que haja, de fato, um estilo musical mais benéfico.
Até porque, se você não é do time dos eruditas, a Nona Sinfonia de Beethoven pode acabar causando o efeito inverso.
Assim, o tratamento de musicoterapia pode tranquilamente variar do clássico ao rock, do jazz à moda de viola, do samba ao rap, a depender do gosto e da conexão criada com cada ritmo.
Agora, quando o assunto é música e plantinhas, experimentos revelam que os estilos musicais com ritmos suaves e timbres mais amenos, como a clássica, são mais ideais para o ambiente. Isso porque o excesso de vibrações pode irritar os estômatos e causar uma certa tensão que prejudicaria a absorção de nutrientes.
Não se preocupe, isso não significa que os amantes de rock ou ritmos mais pesados estão maltratando suas plantinhas.
Quer dizer somente que vibrações e frequências mais sutis contribuem mais com os mecanismos naturais dos vegetais.
Se você quer saber qual a melhor frequência para não errar mais, anote aí:
Um estudo do Instituto de Biotecnologia Agrícola da Coréia do Sul concluiu que as ondas sonoras entre 125 e 250 hertz e com volume mediano, entre baixo e alto, é a melhor pedida para os cuidados com as plantas.
CONCLUSÃO
Muito mais que um entretenimento, vimos como a música pode ser usada como ferramenta para obter diversos benefícios orgânicos, seja para os humanos e até mesmo para as plantas. Variando estilo, tom e frequência, podemos extrair miraculosos efeitos, que vão desde o alívio de dores e tensões, a melhora da socialização, memória e até mesmo estímulos para a prática de atividade física ou para a respiração vegetal. Assim como os estômatos, quando estamos abertos à sentir a vibração da música e a entrar em outro ritmo, passamos a responder ao mundo com a nossa própria alma.
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