Ganhando cada vez mais espaço no mercado farmacêutico, os fitoterápicos e as plantas medicinais passaram a fazer parte, desde 2008, do sistema público de saúde brasileiro.
Doenças que afetam a rotina da maioria dos brasileiros e que estão entre as recordistas no atendimento público de saúde como problemas respiratórios, úlcera, artrite, depressão, ansiedade e insônia, hoje podem ser tratadas por meio das terapias alternativas, que além de ampliar as opções de tratamento seguros, são eficazes para o alívio sintomático de doenças de baixa gravidade por curtos períodos de tempo.
No Brasil, por exemplo, o número de atendimentos em terapias alternativas no SUS aumentou 670%, saltando de 271 mil, em 2008, para 2,1 milhões em 2016, de acordo com o Ministério da Saúde.
Entre elas, o tratamento terapêutico com o uso de plantas medicinais, conhecida como fitoterapia, vem se destacando como solução prática para quem busca o cuidado natural, humanizado e integral da saúde de toda a família.
Graças à Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos (PNPMF) e ao Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos, o Ministério da Saúde vem disponibilizando a utilização de fitoterápicos na rede pública de saúde através do SUS (Sistema Único de Saúde), que entre outros ganhos, promove o fortalecimento da agricultura familiar e o desenvolvimento tecnológico e industrial da saúde.
A procura por fitoterápicos, que tem conquistado uma parcela expressiva no mercado de medicamentos, se deve ao fato do seu baixo custo, que deu um salto nos últimos anos.
Só na cidade de São Paulo, o fornecimento de medicamentos fitoterápicos cresceu em 662%, entre 2015 e 2019. E 6,702 milhões de unidades foram distribuídas no último ano apenas para a população paulistana.
Mas o que são fitoterápicos?
Segundo definição da ANVISA – a Agência Nacional de Vigilância Sanitária -, são considerados medicamentos fitoterápicos aqueles produzidos a partir de vegetais ou plantas medicinais com alguma ação terapêutica.
Os princípios ativos dos fitoterápicos – ou seja, as substâncias responsáveis por gerar o efeito terapêutico – são obtidos a partir de partes das plantas, como suas raízes, folhas e sementes.
Inclusive, é comum encontrar outros ingredientes naturais, como cera de abelha e óleos vegetais na sua fórmula, que também podem ganhar versões em xaropes, pomadas, géis, soluções, comprimidos e cremes.
Se quiser se aprofundar ainda mais no assunto, leia esse outro artigo publicado aqui no blog.
Plantas medicinais e fitoterápicos no SUS
Em 2006, o Brasil instituiu, pelo Decreto nº 5.813, a Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos (PNPMF), uma iniciativa que além de aumentar o acesso da população brasileira a tratamentos integrativos e complementares – seguros e eficazes – promove o uso sustentável da nossa biodiversidade, e também o fortalecimento da agricultura familiar e o desenvolvimento tecnológico e industrial da saúde.
Mas a promoção do acesso aos medicamentos fitoterápicos teve início, mesmo, em 2007, quando as secretarias estaduais e municipais de saúde disponibilizaram, pela primeira vez, as plantas Espinheira-Santa, muito usada no tratamento de úlceras e gastrites, e Guaco, indicado para os sintomas de gripe.
Um ano depois, em 2008, o Governo Federal aprovou o Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos para garantir à população brasileira o acesso seguro e o uso racional das plantas medicinais e dos fitoterápicos.
Antes da sua implementação, era comum que doenças fossem tratadas pela população sem antes passar pelos serviços de saúde ou nem sempre os medicamentos eram disponibilizados de graça após prescrição médica e muitos pacientes não dispunham de recursos para comprá-los.
No entanto, por falta de informações, o uso popular das plantas medicinais nem sempre era feito de forma correta, o que acabava gerando erros de dosagem e no preparo caseiro.
É importante dizer que um ou alguns destes aspectos podem não só comprometer a eficácia do tratamento, como acarretar danos sérios à saúde, já que algumas plantas medicinais são altamente tóxicas e podem provocar interações com medicamentos sintéticos e, em casos extremos, até levar à morte.
Atualmente, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece 12 medicamentos em 14 estados: Acre, Amazonas, Bahia, Espírito Santo, Goiás, Pará, Paraíba, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Sergipe, São Paulo, Tocantins e Distrito Federal.
Entre eles, estão a Aloe vera (Babosa) para o tratamento de psoríase e queimaduras, a Rhamnus purshiana (Cáscara-sagrada) para prisão de ventre e o Salix Alba (Salgueiro) contra dores lombares.
Financiados com recursos da União, estados e municípios, os medicamentos podem ser manipulados ou industrializados, e devem possuir registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Confira abaixo a lista de plantas medicinais e fitoterápicos disponíveis de graça no SUS:
Fonte: Blog da Saúde – Ministério da Saúde
Disponível em: blog.saude.gov.br
CONCLUSÃO
A criação de importantes políticas públicas representou não apenas o reconhecimento científico na comprovação da eficácia e da segurança das plantas medicinais, como também possibilitou a busca por formas alternativas de tratamento a um grande número de pessoas. A eficácia e a segurança das plantas medicinais, que antes eram validadas pelo uso popular, muitas vezes de forma limitada, passaram a ser consolidadas pelo estudo científico. Ampliando e possibilitado o acesso universal do medicamento aos usuários e profissionais de saúde no país.Esse artigo foi útil? Continue acompanhando nossa página para conferir outros conteúdos.
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